O Corinthians e o dia seguinte
Mais
um torneio de futebol entre clubes das Américas Latina e Central
terminou. Dessa vez com o Corinthians campeão. O maior vencedor nacional
do País do Futebol, com cinco títulos do Brasileirão e três da Copa do
Brasil, além de ser o maior Campeão do Estado mais competitivo da
Federação, sagrou-se Campeão da América.
Além de medalhas, um
belo troféu, alguns milhões de reais de patrocínio e premiações, o que
ganhamos com isso? Acredito que cada um tenha uma resposta diferente.
Certamente os adversários perderam a oportunidade de tentar nos
diminuir ao atribuir a nossa gloriosa história não só a não-conquista
desse título, mas também a sua impossibilidade de o obtermos. “Nunca
seríamos!”, essa foi a nossa resposta factual, incontestável, soberana,
maiúscula, em uma seqüência perfeitamente dificílima contra o ex-atual
campeão em seu comemorativo ano centenário e a vedete argentina da
história recente do torneio.
Vivemos na noite de quatro de
julho uma das atmosferas mais espetaculares da história do futebol. Um
misto de otimismo, tensão, mística aflorada e convertedora emanava desde
a Praça Charles Miller para todos os rincões do mundo. Essa noite nunca
mais vai acabar. Ficará em nossa memória como outras dezenas delas.
Entretanto, depois que o sino soou meia-noite, a madrugada caminhava
para mais uma manhã, que mesmo que mais linda que as demais, não nos
desobrigava da dura manutenção de nosso dia-a-dia.
A Revolução Corinthiana é permanente!
Sabemos que as conquistas que nosso poder coletivo materializado em
futebol, e sua mística, dão-se de fora para dentro dos gramados. Devemos
por bem avançar em conquistas no cotidiano construídas a partir das
provas irrefutáveis nos noventa minutos. Aproveitemos a reverberação de
nossa arquibancada – essa que quando espelhada em campo é imbatível –
para que sejamos nós torcedores premiados com além de medalhas.
O que ainda perdura como impossível para este fenômeno Corinthians?
Nada! Não deixamos adversário em pé. Não deixamos pedra sobre pedra.
A dessacralização de uma competição pode elevar a consciência do
trabalhador-torcedor a condição de acreditar que sua luta pode ter
resultado. A partir de mobilizações nos últimos meses pudemos perceber
ao menos centenas de torcedores discutindo seriamente a questão do preço
dos ingressos praticados pela diretoria do Corinthians, o que resultou
inclusive em pronunciamento oficial do clube, foram feitas respostas
pontuais e intensas a ataques da mídia às nossas cores, e temos a
certeza de que estamos apenas começando. Foram as grandes conquistas dos
últimos tempos.
Para o ideal Corinthians a mobilização de
trabalhadores em prol da conscientização e ação coletivas é o verdadeiro
troféu. “Não vivemos de títulos”, não é verdade? Vivemos de
Corinthians, sim!
Que o dia seguinte não nos amorteça, mas que nos dê ainda mais sede para que dessa vez nós, torcedores, subamos no pódio!
O Corinthians precisa da sua arquibancada permanentemente vibrante, para além dos noventa minutos, sete dias por semana.
Bataglia, Corinthians!
Um comentário:
Atual campeão brasileiro, atual campeão das Américas, 1° Campeão Mundial, maior campeão paulista.
O Campeão dos Campeões.
O mais importante clube do Brasil.
E, se não bastasse, Corinthians - o Time do Povo, time da maior e mais apaixonada torcida do Brasil, a Fiel.
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O corinthiano está em estado de graça. O atual Brasileirão é acompanhado por puro prazer, pelo gosto de sempre de ver o Timão, de curtir o presente glorioso, de admirar o time atual que encarna, de modo perfeito, a tradição corinthiana de grandeza e de raça.
Preocupação, só uma: manter o "elástico esticado", como o professor Tite prega, para não se perder alto nível de competitividade no momento que, de fato, se espera - a busca do bicampeonato mundial, no final do ano.
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Duro é o dilema de ter que optar entre aturar a narração de Cléber Machado, na Globo, ou os comentários de Neto, na Band.
Considerando que Cléber Machado, inacreditavelmente (considerando padrões mínimos de profissionalismo, e ainda maisos da Globo), cada vez narra menos, preferindo divagar sobre irrelevâncias (a não ser quando fica interessado no jogo - seja quando o seu Santos joga, seja quando o Corinthians está perdendo), a tendência é optar pela Band.
Mas, aí, haja boa vontade para aguentar os inacreditáveis "raciocínios" do ex-"craque" e ex-ídolo Neto...
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O Corinthians é, caracteristicamente, o time dos calções pretos (principalmente no cenário estadual, onde todos os principais rivais sempre utilizaram calções brancos).
Não se compreende o porque de, há alguns anos, e cada vez mais, a diretoria se conformar em permitir o time entrar em campo de calções brancos. Neste domingo, contra o Coritiba, o fato voltou a ocorrer - e não parecia ser o caso, cosiderando que, mesmo que os dois times vestissem calções negros, o contraste de camisas e de meias seria suficiente para evitar confusões na diferenciação, tanto para os jogadores, quanto para a arbitragem, quanto para os torcedores.
Pior foi nas finais da Libertadores.
No primeiro jogo, na Bombonera, o Boca Juniors entrou com seu uniforme tradicional, todo azul, enquanto que o Corinthians adotou o calção branco, descaracterizando-se ao ficar com o uniforme totalmente na mesma cor.
No jogo da volta, no Pacaembu, com o Corinthians com seu uniforme tradicional, esperava-se ver o Boca Juniors com o uniforme número dois, ou, ao menos, com os calções na cor amarela. E o que se viu? o Boca entrou da mesma maneira que na Bombonera, todo de azul... Ou seja: vento que ventou lá, não ventou cá!
Das duas, uma: ou as exigências que se fizeram para o Corinthians, não se fizeram para o Boca; ou a diretoria do Boca soube exercer, muito melhor que a nossa, o dever de defender sua tradição e identidade visual.
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Romarinho é uma surpreendente (não mais), agradável e, às vezes, empolgante realidade.
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